O passado que se repete

Eu era magra, eu estava próxima do meu limite, mas não cheguei lá. O caminho já estava trilhado e eu andava em direção a morte, com o coração na mão e os olhos fechados.

Hoje não me reconheço -se é que alguma vez já reconheci a pessoa que me encara do outro lado do espelho.

Minhas mãos tremem e eu suo frio. Fotos antigas brotam na tela do meu celular e eu quero contar os meus ossos, mas eles estão escondidos por camadas de gordura.

As horas se passam e eu continuo vazia na esperança que isso me leve de volta ao ponto de onde parei, mas estou longe do meu destino final.

Parte de mim quer desistir, parte quer ir até aonde não fui, ou talvez, onde não me deixaram chegar.

Dessa vez, com mais confiança, a Ana fala em tons mais altos, rasgando o meu coração e me fazendo seguir suas palavras e rituais. Eu me escondo do mundo e sigo meu destino, junto a ela na esperança de, quem sabe, amanhã ser mais magra. Mais magra que jamais fui.

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